segunda-feira, 29 de junho de 2009
As comemorações do solstício de inverno no hemisfério sul
domingo, 21 de junho de 2009
Imagens de Guerrilha & Álbum de Figurinhas
Anna Hillman,
Coisas que todos podem fazer a sua própria moda no cotidiano... O cotidiano pode ser uma benção ou um martírio. Uma forma de viver ou uma forma de morrer e perder-se de si e da vida. Elisa Lucinda, artista e poeta, fala de seu fascínio pelo cotidiano e pela rotina. Segundo ela é na rotina que encontra sua fonte eterna de novidade. Elisa cuida da rotina como se fosse um brinquedo, ela vê em cada cena do cotidiano um retrato, uma figurinha para preencher seu álbum da vida – cada cena é uma carta. Lucinda pensa que as coisas sérias da vida são nossos brinquedos de gente grande. Para ela, brincar é um ensaio e um exercício de possibilidades. Desta forma, a rotina pode exercer um enorme fascínio, pois para quem sabe ver poesia na rotina, esta é sempre inédita.
No cotidiano moram as novidades que, embora não sejam tão vistosas, nem por isso são menos novidades ou fascinantes. As sutis novidades vêm de tantos campos, um olhar, um brilho de luz, uma sombra, um encontro, um desencontro, nossa emoção que segundo ela pode nos oferecer sentimentos que “apertam o peito e coçam a razão”. Para Elisa Lucinda a vida é uma obra aberta e nós somos os sujeitos da história e os verdadeiros autores de nossa rotina. Afirma: “Terei feito da minha vida o que fiz da minha rotina”, pois na rotina podemos tirar a roupa do óbvio, por os olhos na dramaturgia que há de baixo das coisas, cuja rota obedece meu desejo.
Os sonhos de realização de cada pessoa só se tornam possível no cotidiano, e este cotidiano pode ser comparado a um álbum figurinhas. Quem não tem experiências tornadas em poesia não tem figurinha nenhuma para oferecer, e por isso brinca menos. Quem não registra as cenas inéditas do seu cotidiano em formas de poesia deixa de exercer o papel de protagonista consciente. Deixa de fazer o exercício de se construir e criar diariamente, por isso pode deixar de viver em estado de poesia e assim pode acabar por se esquecer qual é o lugar de sua humanidade. Lucinda diz que podemos criar as cenas dentro dos nossos desejos, pois estes também se fazem necessários para o jogo do outro, para o álbum-caderno do outro.
Lucinda nos oferece as pérolas de uma arte singular, a arte do cotidiano. Será que existe ação mais reacionária e iconoclasta do que ser artista do seu próprio cotidiano? Obviamente que as lutas sociais por democracia, por diálogos com todos, por construir novas realidades sociais devem estar atrelados à construção poética do seu cotidiano. Construir a si mesmo em poesia é o que de mais subversivo pode existir; fazer do riso uma arma é sair do lugar das batalhas sangrentas pelo poder e achar um novo poder, o poder de se reinventa a partir do simples, do cotidiano e da poesia. As faltas também participam da cena dramática, também são poesias que nos constroem e nos fazem refletir. Elisa Lucinda faz dos seus talentos de apreciar o cotidiano e produzir poesia uma obra-de-arte-de-si e, desta forma, produz obras de arte para o mundo.
terça-feira, 16 de junho de 2009
A festa da menina morta
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Alquimia nos Jardins
O
O arquiteto holandês Rem Koolhaas, um dos mais famosos urbanistas contemporâneos, sugere
Diga Clarice!!!
"... A palavra não consegue dizer o que estou percebendo nas coisas. E, se eu não disser, não vai ser o que estou percebendo. O que eu digo é menos do que queria te dizer. Mas eu não desisto de dizer o que não consegue ser dito" Ferreira Gullar fala sobre Clarice Lispector.