segunda-feira, 29 de junho de 2009

As comemorações do solstício de inverno no hemisfério sul




A comemoração do solstício de inverno no hemisfério norte é chamado de Yule (pronuncia-se “iúle”), se refere as comemorações natalinas. Estas comemorações têm as raízes nas tradições pagãs de saudação ritualística ao sol e aos deuses que o representavam. Provavelmente a palavra Yule é escandinava e vem da palavra “iul”, que significa “roda”. Sua data não é fixa, pois depende das correspondências astrológicas e climáticas de cada ano. No hemisfério sul, o solstício de inverno ocorre por volta de 21 de junho, e no hemisfério norte por volta de 21 de dezembro.


O solstício de inverno está relacionado com a noite mais longa do ano. O inverno não ocorre ao mesmo tempo no hemisfério norte e no hemisfério sul, portanto o solstício de inverno no hemisfério sul é considerado solstício de verão no hemisfério norte e vice-versa. No calendário chinês, o solstício de inverno chama-se dong zhi (chegada do Inverno) e é considerado uma data de importância extrema, visto ser aí festejada a passagem de ano. A partir deste dia em que se comemora e ritualiza o solstício, o Sol volta cada vez mais forte. No Peru, em Machu Picchu a pedra denominada Intihuatana marca um ponto de solstício. Esta palavra significa o ponto de amarrar o Sol para que ele não se afaste mais. Este período de solstício de inverno marcava as comemorações da Saturnália, em homenagem ao deus Saturno. O deus persa Mitra, também cultuado por muitos romanos, teria nascido durante o solstício. Divindades ligadas ao Sol em geral eram celebradas no solstício. Para as tradições pagães este dia marca a morte e o renascimento do Deus-Sol; marca também a derrota do Rei Azevinho, Deus do Ano Minguante, pelo Rei Carvalho, Deus do Ano Crescente. A Deusa, que era morte-em-vida no solstício de verão, exibe agora o seu aspecto de vida-em-morte, pois ela é a Rainha da Escuridão neste sabbat. Ela também é a mãe que dá à luz a criança da promessa, que irá fertilizá-la mais tarde e trazer de volta luz e calor ao seu reino.


No Brasil as festas juninas representam as comemorações pagães do deus sol, que no hemisfério norte tomaram o formato das comemorações “natalinas”. As festas juninas tem todos os elementos das comemorações pagães do solstício, tem fogueira, alegria, danças e comidas quentes típicas. Esta noite, a mais longa noite do ano, é uma forma ritualística de chamar e encarnar o sol novamente. Por isso nesta noite produz se muito calor nos festejos. Com estes rituais o deus sol "se sentiria" "motivado" a voltar para a terra. O deus o sol de volta significa o retorno da vida, pois a morte e a noite foram vencidas. Do sol é possível florescer a vida e a diversidade. Nas festas juninas brasileiras temos ainda uma oportunidade impar, celebrar o solstício ao som das músicas de Luiz Gonzaga, um gênio da música brasileira.

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