quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Terra sofre com o consumo excessivo



O consumo excessivo e o desperdício são os vilões do planeta. São eles os responsáveis pela crescente emissão de gases do efeito estufa, a falta dágua e a redução das áreas de floresta. O diagnóstico é do ministro de Ciência e Tecnologia da Índia, Murli Manohar Joshi, que esteve na Academia Brasileira de Ciências, no Rio. Para Joshi, há apenas um caminho para salvar a Terra: a união da política com a ciência.


''As tecnologias, hoje, são ineficazes. Temos que aumentar a eficiência das máquinas para conservar energia e matéria-prima. E isso só conseguimos com o desenvolvimento do conhecimento, apoiado por uma política nacional voltada para ciência'', disse o ministro, que considera o atual modelo de produção insustentável.


Conseqüências - As conseqüências deste modelo já são sentidas. A disponibilidade de água potável caiu de 17 mil litros per capita para atuais 7 mil litros. Um sexto de toda terra arável do planeta está degradada pelo uso de técnicas agrícolas primitivas. E espécies de animais e vegetais estão se extinguindo de 50 a 100 vezes mais rápido que se não fossem influenciadas pela ação humana.


Os países em desenvolvimento são os que mais sofrem com o sistema de produtos descartáveis. Enquanto os 20% mais ricos respondem por 86% do consumo privado mundial, aos 20% mais pobres restam 1,3% do total. A desigualdade fica clara quando se compara o consumo dos dois grupos de produtos de primeira necessidade (alimentos, por exemplo) e de bens não-essenciais.



Meio ambiente - o atual modelo de desenvolvimento coloca todos, ricos e pobre, no mesmo plano quando o que está em discussão é o meio ambiente. Rico ou pobre, todos serão afetados pela poluição atmosférica, uma das principais conseqüências do consumismo exacerbado. A diferença é que, apesar da poluição não respeitar fronteiras, as fontes poluidoras estão em territórios muito bem delimitados: os 20% mais ricos emitem 53% do CO2 lançado na atmosfera. Já o quinto mais pobre do planeta responde por apenas 3%.


''Por isso, não aceitamos quando os Estados Unidos exigem que nós, países em desenvolvimento, sejamos obrigados a reduzir nossas emissões de CO2'', afirmou o ministro indiano, referindo-se a uma das alegações do presidente George W. Bush para não ratificar o Protocolo de Kyoto. O tratado, que prevê a redução das emissões de gases do efeito estufa, foi alvo de discussões na reunião do clima em Bonn, na Alemanha. Cujo resultado foi um grande fracasso veja a notícia: http://invertia.terra.com.br/sustentabilidade/interna/0,,OI3694325-EI10432,00.html


''A Terra talvez seja o único lugar do universo com vida. A perda de vida no planeta, portanto, pode representar uma perda universal, sem chances de recuperação'', alertou Joshi.





Quais consequência psicológicas-afetivas e emocionais se instalam na psique coletiva destrutiva? A auto-destrutividade pessoal e coletiva, o foco na felicidade individual sem saber o que é isso, o que é ser um indivíduo, o que é a rede na qual nós humanos estamos inseridos. Uma rede feita de instâncias e estâncias Espiritual-Ecológica-Política-econômica-corporal-ética-estética-ideológica... Um sistema de produtos descartáveis torna algo descatável, algo inútel completamente fora de uma concepção biológica de vida em que no mundo nada se perde e nada se cria tudo se transforma. E o ser humano tão criativo em sua trajetória também cria modos destrutivos. Talvez tenhamos que repensar o que é que é ser humano, o que é Ser Humano, refletir de modo ético e estético, pois a estética da destruição não tem ética.


Ética & Estética de vida


Ética & Estética da vida


Ética & Estética é vida


"A natureza é um templo onde vivos pilares

Deixam filtrar não raro insólitos enredos;

O homem o cruza em meio a um bosque de segredos

Que ali o espreitam com seus olhos familiares.


Como ecos longos que à distância se matizam

Numa vertiginosa e lúgubre unidade,

Tão vasta quanto a noite e quanto a claridade,

Os sons, as cores e os perfumes se harmonizam.

Há aromas frescos como a carne dos infantes,

Doces como o oboé, verdes como a campina,

E outros, já dissolutos, ricos e triunfantes,

Com a fluidez daquilo que jamais termina,

Como o almíscar, o incenso e as resinas do Oriente,

Que a glória exaltam dos sentidos e da mente."

Charles Baudelaire

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