Fragmentos

segunda-feira, 1 de março de 2010

Leitor ficcionista

Postado por Anita Rink às 16:11

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Criação de si

A Criação de si consiste em uma “Escrita de si”. Segundo o filósofo Michel Foucault, este tipo de criação de si se faz a partir de exercícios constantes do pensamento sobre si mesmo somados ao exercício de elaboração possível através do ato de escrever (-se) viabiliza. Na “Escrita de si” podemos fazer com que os fragmentos das diversas experiências pessoais possam ser costuradas. A expressão “Escrita de si” representa para Foucault um falar sobre o Eu e uma forma de constituição deste Eu. Michel Foucault denomina esta “Escrita de si” de “escritura etho-poiética”, pois para o filósofo esta escrita possui uma função poética e engendra uma política de criação de si. Fazer este movimento de Criação de Si demonstra, para Foucault, um compromisso da pessoa com a vida. A “Escrita de si” pode ser vista também como uma amálgama de escritos e leituras que a pessoa faz, mergulhada na multiplicidade dos materiais de expressão trazidos pelas leituras que se vai fazendo.

"O que me surpreende é o fato de que, em nossa sociedade, a arte tenha se transformado em algo relacionado apenas a objetos e não a indivíduos ou à vida; que a arte seja algo especializado ou feito por especialistas que são artistas. Entretanto, não poderia a vida de todos se transformar numa obra de arte? Por que deveria uma lâmpada ou uma casa ser um objeto de arte, e não a nossa vida?" Michel Foucault, 1995

Criar Humano

O filósofo português Agostinho da Silva diz que saber pintar, saber fotografar, saber ser vadio, saber cozinhar, etc.; não se trata de profissão, se trata de arte. O homem nasce para criar. A obra de cada um é o que cada um se sente bem quando faz. Ser poeta do mundo e o mundo se torna poeta para ele.

Ética como criação e sujeito como obra, obra de si mesmo, obra de arte

"...a ética é um modo de relacionamento do indivíduo consigo mesmo" Michel Foucault, 1984.

O fundamento ético é móvel e altamente transformável. O indivíduo é sujeito de suas ações morais, e isto é aceitar a variabilidade e a diversidade.

Ética como criação, a liberdade de pensar do sujeito que se torna obra, obra de si mesmo, obra de arte.

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Quem sou eu

Anita Rink: Psicóloga Clínica, Arteterapeuta, Arte-Educadora e Artista Plástica. Estudou Artes em Florença/Itália. Atuou como Consultora de Recursos Humanos. Produz textos acadêmicos e não acadêmicos de Temas: Arte e Estética; Criatividade, Imagem e Imaginação; Cultura e Subjetividade; Arteterapia e a Clínica Transdisciplinar; Corpo e Psique, Técnicas Expressivas Diversas. Participante do Grupo de Pesquisa Linguagem e Modos de Subjetivação - Programa de Mestrado em Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira. # # # Sempre anoto, escrevo e reescrevo... Fragmentos do mundo, da música, da poesia, das práticas cotidianas. Michel Foucault fala da necessidade de haver uma composição das leituras e releituras, das escolhas de quem escreve e do que escreve, conectar fragmentos de leituras e narrá-los como um todo. Uma totalidade que está em constante movimento, não cristalizada em conceitos e pré-conceitos. A partir das leituras que faço, elaboro minha própria releitura, transmutar-me a partir e por causa destes fragmentos de ideias. Eu gosto de criar, experimentar e brincar com o que me encanta... Imaginar, desenhar e escrever para continuar imaginando...

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