sábado, 4 de dezembro de 2010

Buraco da camada de ozônio sobre a Antártida é o menor em 5 anos

Sydney (Austrália), 3 dez (EFE).- O buraco da camada de ozônio sobre a Antártida se reduziu ao seu menor tamanho nos últimos cinco anos, indicou nesta sexta-feira o Instituto Nacional de Água e Pesquisa Atmosférica da Nova Zelândia.

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Os cientistas calcularam que o tamanho do buraco é de 22 milhões de quilômetros quadrados, dois milhões menos que em 2009, ao passo que em 2000, ano quando foi registrado o maior tamanho, era de 29 milhões.

O déficit da massa de ozônio também se reduziu, a 27 milhões de toneladas, sensível melhora se comparado com as 35 milhões de toneladas de 2009 e as 43 milhões de 2000.

"Podemos dizer que o buraco na camada de ozônio está melhorando de acordo com as observações deste ano", disse o cientista Stephen Wood, que apontou que as iniciativas internacionais como o Protocolo de Montreal, de 1987, estão dando resultados.

A camada de ozônio, que protege das radiações ultravioleta, diminuiu, segundo os cientistas, pelo efeito de produtos como o clorofluorcarbono (CFC), utilizados em refrigeradores e aerossóis, proibidos a partir do acordo de Montreal. EFE

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Programa UPP Social

Governo do Estado do RJ avança com Programa UPP Social

Dois anos após a instalação da primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Rio de Janeiro, em dezembro de 2008, no Morro Santa Marta, o estado já conta com 13 comunidades pacificadas.

Para suprir a demanda crescente por profissionais qualificados na atuação junto à população carente desses territórios, a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) irão realizar seleção pública para o preenchimento de 60 vagas imediatas e formação de cadastro reserva no Programa UPP Social. O Centro de Produção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Cepuerj) é o organizador da seleção.

Do total de vagas, 40 são para a função de assistente, com carga-horária semanal de 40h e remuneração de R$ 2.000,00. Para se inscrever, o candidato deve ser graduado em ciências sociais e humanas, tais como: ciências sociais, serviço social, direito, psicologia, economia, administração, pedagogia, geografia e história.

As 20 vagas restantes são para gestores locais, com carga horária semanal de 40h e rendimentos de R$ 3.700,00, em que o requisito é ser mestre, doutor ou doutorando nas áreas de ciências sociais e humanas. A seleção para ambos os cargos compreenderá etapas de entrevista e análise de currículo.

As inscrições poderão ser feitas pela internet, no site do Cepuerj, das 10h do dia 08 às 19h do dia 12 de dezembro de 2010. Não haverá taxa de inscrição. Para ler o edital, acesse a seção Concursos Públicos e Processos Seletivos do site. Mais informações: cepuerj@uerj.br ou (21) 2334-0639.



Fonte: Comarke - Centro de Produção da Uerj

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Em violenta favela, polícia brasileira tenta um toque de cortesia


Qui, 21 Out, 04h26
RIO DE JANEIRO - Leonardo Bento ansiava por vingança depois que um policial matou seu irmão, cinco anos atrás.

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Assim, quando ouviu que a nova "polícia da paz" na favela Cidade de Deus estava oferecendo aulas gratuitas de caratê, Bento se matriculou, esperando ao menos conseguir espancar o instrutor de luta. Mas o inesperado aconteceu.

Eduardo da Silva, o instrutor da polícia, o recebeu com bom humor e um aperto de mão.

"Comecei a perceber que o policial na minha frente era apenas um ser humano, e não o monstro que eu pintava em minha cabeça", disse Bento, de 22 anos.

Anos de ódio e desconfiança estão sendo apagados em algumas das favelas mais violentas do Rio. Obrigadas a reduzir as preocupações com a segurança antes de dois eventos internacionais na cidade - a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 -, as autoridades do Rio embarcaram num ambicioso plano para retirar o controle das favelas dos implacáveis grupos de traficantes, que há anos as comandam com armas poderosas e um terror abjeto. Os policiais pacificadores são essenciais para esse esforço.

Eles entram em ação depois que a polícia militar limpa as ruas em batalhas armadas que chegam a durar semanas. Seu trabalho se divide em policiamento tradicional e trabalho social. Eles se dedicam a conquistar moradores acostumados a décadas de violência - inclusive pelas mãos da polícia. E as dicas dadas por aqueles que apoiam seus esforços, segundo as autoridades, ajudam-nos a manter uma relativa paz.

Durante décadas, a Cidade de Deus - cujo passado brutal foi imortalizado num filme de 2002 - foi uma das regiões mais temidas da cidade, tão perigosa que até mesmo a polícia raramente se atrevia a entrar. Aqueles dias parecem nunca ter existido.

O tráfico de drogas permanece, e em pelo menos uma área, pessoas de fora podem entrar somente com a permissão de jovens locais que patrulham as ruas. Mesmo assim, esses homens com armas assustadoras foram embora, ou ao menos empurrados para esconderijos. E a vida está retornando às ruas. Hoje as crianças brincam ao ar livre sem medo de balas perdidas. Elas pulam corda e jogam tênis de mesa com raquetes feitas de tacos de piso.

Partidas de futebol, antigamente violentas, se tornaram mais civilizadas, com policiais ocasionalmente participando dos jogos.

Mas quase dois anos após a chegada das novas unidades policiais, muitos moradores desta comunidade de 120 mil pessoas ainda lutam para aceitar que os 315 policiais trabalhando em turnos de 12 horas não representam mais o inimigo. Outros dão as boas-vindas com hesitação, temendo que a força policial - anteriormente chamada de "unidades da polícia pacificadora" - deixará o local assim que as olimpíadas terminarem.

"Ninguém gosta de nós por aqui", afirmou o oficial Luis Pizarro durante uma recente patrulha noturna. "Isso algumas vezes pode ser frustrante".

Pizarro e dois colegas patrulhavam ao longo de um estreito riacho repleto de lixo exalando um forte cheiro de dejetos humanos e animais. Famílias se reuniam ao redor de fogueiras improvisadas. Mulheres sambavam enquanto os homens bebiam cachaça. Quase ninguém acenava ou cumprimentava os policiais, que caminhavam por uma viela coberta pelo papel colorido usado para empacotar crack e cocaína.

"Lá vai o esquadrão de elite", disse um homem numa soleira, rindo enquanto os três passavam.

A hostilidade não é difícil de entender. Durante décadas, autoridades do governo se recusaram a assumir responsabilidade pelas favelas, e à medida que os traficantes acumulavam estoques de armamentos, a polícia via mais dificuldades em entrar sem tiroteios.

Os moradores se ressentiam da polícia por abandoná-los, e a odiavam pela brutalidade que marcava suas sangrentas incursões. Sem uma presença policial diária, os serviços sociais sofriam, e médicos e outros profissionais começaram a evitar as favelas por razões de segurança. Os líderes do tráfico se tornaram juiz e júri.

"Os moradores não tinham a coragem para retomar as favelas", segundo Jose Mariano Beltrame, que assumiu como secretário de segurança pública do Rio em 2007.

"As pessoas preferiam varrer o pó para debaixo do tapete e evitavam enfrentar o problema".

As favelas raramente se renderam sem luta. Pelo menos oito pessoas morreram na Cidade de Deus em 2008, nas primeiras incursões da polícia. Essas batalhas devem se tornar mais frequentes à medida que a polícia atingir novas regiões.

Até agora, foram instaladas 12 unidades pacificadoras, cobrindo 35 comunidades. Mas Beltrame pretende estabelecer unidades em 160 comunidades até 2014, inclusive em favelas como a Rocinha e Complexo do Afonso, que são maiores que Cidade de Deus. Mesmo com violentos desafios à frente, muitos moradores do Rio torcem pelo programa.

Dilma Rousseff, atual candidata à presidência do Brasil, propôs expandir o modelo a outras cidades. Milhões de dólares em doações, de empresas como a Coca-Cola e do bilionário Eike Batista, pagam por coisas como equipamentos policiais.

Beltrame disse que seu principal objetivo era livrar as ruas das "armas de guerra", e não necessariamente acabar com o narcotráfico. Ele também está trabalhando para diminuir a corrupção policial, que contribui tanto para violência quanto para a postura desconfiada dos moradores.

Muitos dos policiais da paz são intencionalmente recrutados logo que saem da academia de polícia, antes que sejam seduzidos pela receptação de dinheiro do tráfico para complementar seus salários relativamente baixos.

Mesmo assim, está claro que a presença da polícia mudou as vidas para melhor na Cidade de Deus.

Funcionários públicos prestando serviços hoje podem entrar mais livremente. A frequência nas escolas aumentou, com um ensino médio apresentando um crescimento de 90% nos índices de presença desde a chegada da polícia à comunidade. Caminhões de terra fazem a dragagem do rio sujo e estreito, e caminhões de lixo fazem a coleta três vezes por semana.

A polícia também realizou mais de 200 prisões desde que retomaram a Cidade de Deus, e o crime caiu: seis homicídios no ano passado, frente a 34 em 2008. A maioria dos moradores está grata, embora alguns digam que algo intangível tenha sido perdido - um certo espírito de liberdade.

O capitão Jose Luiz de Medeiros, que lidera a unidade policial na Cidade de Deus, disse estar construindo uma força para o longo prazo, e trabalhando duro para conquistar a confiança dos residentes.

Cerca de 12 policiais visitaram recentemente uma nova creche, girando chupetas com os dedos enquanto as crianças brincavam com seus comunicadores e se penduravam em suas pernas e coldres. Alguns dos policiais foram liberados da patrulha para dar aulas de violão, piano e inglês. Da Silva, o instrutor de caratê, é um dos que hoje leciona em tempo integral.

Bento, que se inscreveu na aula depois da morte de seu irmão, conta ter pensado em se juntar aos traficantes para ter acesso a armas. Mas desde que conheceu da Silva, mudou de ideia e hoje tenta ajudar outros moradores a vencer seu medo da polícia.

Da Silva afirmou entender a cautela das pessoas. "É impossível que eles esqueçam seu passado", disse ele. "Tudo que posso fazer é mostrar que eu estou aberto a eles".

Para demonstrar seu argumento, ele vem para Cidade de Deus desarmado e sem colete à prova de balas. "A força não cria paz", disse ele. "Ela pode inspirar respeito, mas não confiança".

© 2010 New York Times News Service Tradução: Pedro Kuyumjian
http://br.noticias.yahoo.com/s/21102010/84/mundo-violenta-favela-policia-brasileira-toque.html

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Parada do Orgulho Laico!!!



A Parada do Orgulho Laico é um dia de manifestações dos cidadãos que prezam pela separação entre o Estado e a Religião.

Diante das recentes campanhas dos candidatos à presidência da república nas
Eleições 2010, com discursos que apenas contemplam os princípios religiosos
na sociedade, um movimento espontâneo de reafirmação do Estado
Laicosurgiu no
Twitter .

A Parada do Orgulho Laico acontecerá no mesmo dia de votação do 2º turno
para presidente do Brasil (dia 31 de Outubro). Para participar basta votar
com uma camiseta preta ou branca estampada com a palavra *#OrgulhoLaico*.

*Divulgue a Parada do #OrgulhoLaico nas suas redes!*

*Fonte:* www.sarcastico.com.br

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

TTudo Bem Quando Termina Bem de William Shakespeare

Tudo Bem Quando Termina Bem
de William Shakespeare

Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas
Rua Murtinho Nobre, 169
Santa Teresa
(21) 2252-1039
Data: de 21 de agosto a 26 de setembro de 2010
[sábados e domingos]
Hora: às 18h
Valor: Entrada franca
Senhas retiradas a partir das 17h
Serão distribuidas 100 senhas por sessão.
Duração: 1h45m
Classificação etária: 14 anos



A peça está completamente inserida em um contexto atual, ela é leve, cômica, pesada e maravilhosa a altura do gênio a criou, Shakespeare. Em sua época foi popular e se tornou erudito com o tempo. Esta peça recoloca Shakespeare em meio ao povo e a atualidade novamente. Perfeito!!! Que os eruditos se revolvam na tumba, Shakespeare tem que ser popular!!!!
Vejam com os próprios olhos e sentidos até o dia 26 de setembro.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Medicamento tarja preta, que já é 2º remédio mais vendido no país, pode ser armadilha perigosa no combate à ansiedade

Edição de domingo, 29 de agosto de 2010
Potiguares tornam-se dependentes de Rivotril

Andrielle Mendes // andriellemendes.rn@dabr.com.br especial para o Diário de Natal

Nos últimos cinco anos, o ansiolítico Rivotril, cujo princípio ativo clonazepam é indicado para síndrome do pânico e fobia social, escalou o ranking dos remédios mais vendidos no Brasil e abocanhou o segundo lugar, de acordo com o Instituto IMS Health, que audita a indústria farmacêutica. O remédio perde apenas para o anticoncepcional Microvlar (veja quadro). O medicamento da classe dos benzodiazepínicos, como Lexotan, Valium, Diazepam e Frontal, é o primeiro da lista em se tratando dos remédios tarja preta, vendidos apenas com retenção de receita. No Rio Grande do Norte, pacientes que começaram a tomar o remédio não conseguem mais parar, porque a interrupção traz de volta sintomas de síndrome de pânico. O uso não é unanimidade entre os profissionais de saúde e há quem defenda a suspensão após algum tempo, justamente para evitar dependência.

Para Marcelo Kimati, consultor da Coordenação Nacional de Saúde Mental, da Secretaria Nacional de Assistência à Saúde, o grande volume de vendas pode estar relacionado a uma má prescrição por parte dos médicos. O remédio deve ser prescrito apenas em casos extremos, o que nem sempre ocorre. "A substância Clonazepam (presente no Rivotril) cria uma dependência bastante intensa em quem usa o medicamento durante um longo período", justifica.

Segundo ele, a Secretaria Nacional de Assistência à Saúde está preocupada com o uso dos medicamentos benzodiazepínicos, entre eles o próprio Rivotril, devido ao alto poder de causar dependência química. Para o psiquiatra clínico e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Maurilton Morais, outro fator pode estar por trás do aumento das vendas. "O Rivotril é barato", resume. Nas farmácias, a caixa com 30 comprimidos de 2mg custa em média R$ 14,40. A versão em gotas, que faz efeito mais rápido, é ainda mais barata. Apenas R$11,80.

Segundo ele, remédios que tenham o Clonazepam como princípio ativo devem ser usados em períodos relativamentecurtos e retirados posteriormente, às vezes com ajuda de outros medicamentos. Para Marcelo Kimati, o problema é que "essa retirada não é feita, porque boa parte dos médicos não está atenta ao risco de dependência química". A lógica é simples. "Se essa retirada não é feita, o paciente se torna dependente da substância e o consumo do medicamento cresce".

Nociva para o paciente, a dependência química criada pelo medicamento é bastante rentável para a indústria farmacêutica. De acordo com o psiquiatra Maurilton, este tipo de medicamento não é receitado apenas por psiquiatras. "A Sociedade Brasileira de Psiquiatria (ABP) fez um levantamento e constatou que o psiquiatra está em quinto lugar no ranking nacional de prescritores do Clonazepam. Antes dele, está o clínico geral, o cardiologista", informa. Segundo ele, o clonazepam "é uma substância que está sendo prescrita abusivamente por vários médicos". Na avaliação dele, o problema não é o médico receitar Rivotril. "O problema é não alertar para a consequência a longo prazo".

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A redução da condição humana a um único diagnóstico seria pelo “lucro-a-todo-custo” ?



Por Dr. Alessandro Loiola
http://colunistas.yahoo.net/posts/4476.html

Onde ela se escondeu?
Vez ou outra, sou pego de surpresa pela estranha semelhança da medicina com outros nichos produtivos da economia. Por exemplo, a indústria automobilística. Periodicamente, os Congressos Médicos, assim como os Salões do Automóvel, lançam doenças de última geração seguidas de remédios idem.

Lamentavelmente, nem sempre este casamento funciona a contento – vide escândalos envolvendo alguns antiinflamatórios e vacinas contra rotavírus. Outro exemplo de similaridade: o setor de serviços. Os administradores passaram a denominar “otimização do tempo” o processo de mandar o funcionário fazer tudo simultaneamente, e “motivação” a técnica para arrancar o couro do sujeito, fazendo-o sentir-se culpado caso não esteja feliz com a situação – antigamente, tudo isso se chamava apenas “exploração” mesmo.

Fashion
Na medicina, alguns especialistas também se dedicam a batizar velhos problemas com novos nomes, tentando reduzir toda a complexidade da condição humana a um único diagnóstico. Mais uma possível maravilha deste mundo fashion reducionista foi publicada no prestigiado jornal médico The Lancet. No artigo, os Drs. Prins, Van Der Meer e Bleijenberg, da Holanda, chamam atenção para a Síndrome da Fadiga Crônica, ou SFC.

A SFC se caracteriza por fadiga com persistência de pelo menos seis meses, não relacionada à doença orgânica ou esforços contínuos, que não diminui com o repouso e associada à redução das atividades diárias, prejuízo da memória ou da capacidade de concentração, dores de cabeça, musculares ou articulares, e mal-estar após os exercícios.

Mulheres
A duração média dos sintomas varia de 3 a 9 anos. Segundo os autores, a incidência da SFC vem aumentando nas últimas duas décadas, principalmente em mulheres entre os 29 e 35 anos de idade (elas respondem por 75% dos casos).

Apesar da ainda não se saber o que exatamente causa a SFC, parece que o estresse tem uma participação importante. Além disso, os sintomas podem ser perpetuados por fatores psicológicos e sociais.

Por exemplo: o aumento nos níveis de ansiedade e a falta de apoio social (ex.: pessoas com poucos amigos) contribuem para intensificar o quadro. Felizmente, a psicoterapia é capaz de solucionar mais de 70% dos casos, afirmam os médicos holandeses.

Meu incômodo foi observar que, juntamente com a popularização do diagnóstico de Síndrome da Fadiga Crônica (saliente-se: uma “doença” de manifestações vagas, causa indeterminada e tratamento inespecífico), está tendo início toda uma cadeia de eventos, notícias, encontros, seminários, palestras, liberação de verbas para pesquisa, e (principalmente) desenvolvimento de material educacional para tudo que for relacionado a SFC.

A justificativa – politicamente correta e muito válida, por sinal – é a necessidade de “construção do conhecimento”. Presenciar mais uma vez este fenômeno quase mercantilista leva à inevitável pergunta: onde termina a ciência pura e começa o simples comércio na medicina do século XXI?

Mercenários
Estamos atravessando tempos perigosos, onde um paciente corre o risco de ser visto apenas como a soma de seus sintomas elevada à potência do seu poder de compra, um consumidor esperando ser seduzido por campanhas publicitárias abordando doenças da moda, e não como um organismo vivo, complexo e repleto de idéias e vontades.

Nada contra o comércio ou o progresso da medicina, mas, quando lidamos com saúde, é preciso ter muito bem traçada a linha que divide o “lucro-a-todo-custo” do benefício honesto de quem ainda confia na ciência. É aquela velha história: um ser humano ainda é o melhor remédio para outro ser humano – pelo menos, até a hora em que a ganância nos transforma em nosso pior veneno.

Prevenção e canja
O diagnóstico de Síndrome da Fadiga Crônica e o emprego dos avanços científicos de um modo em geral devem sempre obedecer ao Princípio Universal da Cautela. Prevenção e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Não procure doenças e remédios de última geração como se fossem botes salva-vidas capazes de lhe salvar de todas as suas angústias. Ao invés, busque auto-conhecimento, equilíbrio e harmonia. É aí que a verdadeira saúde se esconde.